Os brasileiros reduziram os cuidados de prevenção e acompanhamento de doenças durante a pandemia da Covid-19. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) em parceria com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) revelou queda de 58% na realização de exames e de 43% no agendamento de consultas. Além disso, os hábitos da população estão menos saudáveis.
A maioria dos entrevistados (86%) informou que possui alguma doença crônica e que, portanto, necessitam da rotina de acompanhamento. As patologias mais citadas foram diabetes (33%), doença cardiovascular (26%), problema na tireoide ou gástrico (12%), doença renal (8%), doença neurológica (7%), câncer (6%), doença reumática (6%) e HIV (1%).
Ainda de acordo com a pesquisa, 53% das pessoas ouvidas afirmaram que o adiamento de exames e consultas partiu de uma decisão por conta própria. Outros 47% asseguraram que a medida foi tomada com base na orientação médica.
Impactos
Segundo informações da SBPC/ML e da CBDL, os pacientes relataram que o adiamento de consultas e exames durante a pandemia ocasionou impactos à saúde, como descontrole da doença crônica que já possuem, dificuldade de diagnóstico, atraso para início do tratamento e dúvida sobre as condições de saúde.
O estudo aponta que, no período pré-pandemia, 95% desses pacientes mantinham as doenças controladas. Agora o índice reduziu para 80%. Outro fator preocupante é a afirmação de que 20% consideram que o estado de saúde está totalmente ou parcialmente descontrolado.
O presidente da CDBL, Carlos Eduardo Gouvêa, declarou ao site da instituição que os impactos da pandemia da Covid-19 à saúde dos brasileiros serão percebidos em médio prazo. “A prevenção foi deixada de lado e causará um impacto inevitável, principalmente, no caso das doenças crônicas que necessitam de constante monitoramento.”
Demanda
Apenas 2% dos entrevistados realizaram um número maior de consultas médicas durante a pandemia. A demanda por ajuda especializada se deu em função de três principais motivos: ansiedade (33%), agravamento da diabetes (33%) e acompanhamento da saúde (33%).
Com relação aos exames, somente 1% disse que se submeteu mais vezes a esses procedimentos durante a pandemia, em comparação com o período pré-pandemia. Os exames de imagem foram os mais demandados, sendo na ordem de mais procurados o raio-x (91%) e a ressonância magnética (90%).
A tomografia computadorizada empatou com a ressonância na procura, também com 90%. Na lista ainda aparecem outros exames como sangue (30%); mamografia (27%); preventivo de colo de útero e urina (24%); e eletrocardiograma (23%).
Hábitos menos saudáveis
O estudo também abordou o comportamento dos entrevistados nos últimos meses, o que revelou um estilo de vida com hábitos menos saudáveis entre os brasileiros. De acordo com o levantamento, 26% dos ouvidos informaram ter uma vida pouco ou nada saudável nos últimos meses.
A maioria (51%) admitiu estar comendo bem mais do que antes. Com relação à prática regular de atividades físicas, 22% interromperam completamente e 33% reduziram a frequência. Pesquisa
Foram ouvidas 200 pessoas, entre 18 e 75 anos, de todas as classes sociais. As entrevistas foram aplicadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.
FONTE: REVISTA PAINEL POLÍTICO – Por alan.alex@painelpolitico.com