É um teste que realiza o sequenciamento completo do exoma (22.000 genes), ou seja, analisa todas as regiões codificadoras do genoma, chamadas de éxons. Consiste basicamente em duas etapas, primeiramente a separação dos éxons do restante do genoma, que representam cerca de 1% do genoma humano. O segundo passo é o sequenciamento dessas regiões exônicas com técnicas que possibilitam a análise de grandes volumes de dados, como o Sequenciamento de Nova Geração (NGS). Os dados do sequenciamento podem ser analisados novamente no futuro. Um paciente sem diagnóstico conclusivo na primeira análise pode ser diagnosticado em uma reanálise, pois uma variante classificada inicialmente como VOUS pode ser reclassificada como patogênica na época da reanálise; ou um gene que não era associado a um fenótipo na época da primeira análise pode, depois, ter sido associado a uma doença que explique o fenótipo do paciente. O sequenciamento completo do exoma também permite a identificação de novos genes candidatos que podem ser investigados em um laboratório de pesquisa.
Metodologia: Next Generation Sequencing (NGS)
É um teste que analisa apenas os éxons dos genes já sabidamente associados a fenótipos clínicos descritos no OMIM, HGMD ou GeneTest.org. Depois do sequenciamento, pode-se optar por analisar todos os 4.811 genes ou focar nos genes associados a uma doença específica. Este teste, por ter uma menor complexidade de sequenciamento e análise, apresenta um custo mais baixo, necessita de uma menor quantidade de DNA e os dados produzidos pelo sequenciamento podem ser processados mais rapidamente, facilitando a análise e reduzindo o prazo de entrega dos resultados.
Diversas foram as síndromes que tiveram a sua base molecular desvendada com o NGS como, por exemplo, a Síndrome Kabuki. Assim, a abordagem para descoberta de novos genes através da clonagem posicional e estudo de ligação teve o seu processo acelerado com a contribuição do exoma.
Outras síndromes foram beneficiadas com exoma através da expansão fenotípica, ou seja, da inclusão de características clínicas não descritas anteriormente como parte integrante do fenótipo. Assim pacientes que antes não tinham um diagnóstico por não preencher determinados critérios de uma doença específica passaram a ser melhor classificados até chegar em um diagnóstico conclusivo.
Podemos citar como um exemplo a expansão fenotípica de anomalias oculares relacionadas a mutações no gene ADAMTS18 , incluindo microcórnea, ectopia lentis e Distrofia de Cones, implicando este gene no desenvolvimento ocular (Moore, 2014).